segunda-feira, fevereiro 24

- INTRIGAS -



"Quem faz intrigas sobre a vida alheia quer ter algo de sua autoria, uma obra que se alastre e cresça, que se torne pública e que seja muito comentada. Algo que lhe dê continuidade. É por isso que fofocar é uma tentação. Porque nos dá, por poucos minutos, a sensação de ser portador de uma informação valiosa que está sendo gentilmente dividida com os outros. Na verdade, está-se exercitando uma pequena maldade, não prevista no Código Penal. Fofocas podem provocar lesões emocionais. Por mais inocente ou absurda, sempre deixa um rastro de desconfiança. Onde há fumaça há fogo, acreditam todos, o que transforma toda fofoca numa verdade em potencial. Não há fofoca que compense. Se for mesmo verdade, é uma bala perdida. Se for mentira, é um tiro pelas costas."
By: Martha Medeiros

sábado, fevereiro 22

- O JARDIM E O QUINTAL -



 "A lealdade é a amizade do amor. A fidelidade é o respeito do amor."

Não basta ser fiel, tem que ser leal para dar certo.
Foi o que a minha namorada me disse. 
A lealdade é tão importante quanto à fidelidade. 
A lealdade é o pensamento da fidelidade. A fidelidade é a ação da lealdade. 
A lealdade é a amizade do amor. A fidelidade é o respeito do amor. 
Há casais que são fieis entre si, mas não são leais, e se distanciam um do outro. 
Há casais que nunca se traem, mas tampouco se apresentam: vivem pulando a cerca nos gestos. 
Podem, aparentemente, conviver em harmonia, só que não expressam o que sentem, não descrevem suas frustrações, conservam uma fachada até a relação estourar. Cuidam do jardim da residência, descuidam do quintal. 
Não cooperam com o entendimento, não são didáticos, colocam a sujeira debaixo da cama, deixam os atritos passar sem mediação. 
Parece que estão alinhados, porém apenas não estão conversando. 
Não respondem onde andam com a cabeça, o que querem de verdade. 
Na separação, descobrirão que não se conhecem, pois jamais descreveram suas emoções mais básicas, sequer revelaram o ciúme e o descontentamento no momento da eclosão. 
Lealdade é esclarecer as dificuldades e as rusgas. É uma exposição gradual das diferenças que geram as semelhanças. 
Fidelidade é uma vontade do casal diante dos demais, lealdade é mostrar a vontade de cada um no decorrer do tempo. 
Fidelidade é cumplicidade, lealdade é intimidade. 
Fidelidade é um posicionamento público, lealdade é a vida privada. 
Fidelidade é projeção, lealdade reflete aquilo que você é para si. Se contraria seu sonho com o casamento ou o namoro, está sendo desleal, mesmo que seja fiel. 
Fidelidade é um passo externo, lealdade é um passo interno. 
Fidelidade é honrar o compromisso perante o trabalho e os amigos, lealdade é honrar o compromisso em casa. 
Lealdade é expor o que se está pensando, o que se procura, não omitir suas intenções, manter sua companhia atualizada de seus problemas e de suas soluções. 
Fidelidade é proteger o relacionamento, lealdade é não esconder o que está acontecendo dentro do relacionamento. 
Sem lealdade, o amor cansa, o amor estanca, o amor não cresce. 
A deslealdade separa mais do que a infidelidade. 
A deslealdade é se trair por dentro.
By: Fabrício Carpinejar.

sexta-feira, fevereiro 14

- APRENDA A AMAR -



Talvez seja tão simples, tolo e natural que você nunca tenha parado para pensar: Aprenda a fazer bonito o seu amor. Ou fazer o seu amor ser ou ficar bonito. Aprenda, apenas, a tão difícil arte de amar bonito. Gostar é tão fácil que ninguém aceita aprender.

Tenho visto muito amor por aí. Amores, mesmo, bravios, gigantescos, descomunais, profundos, sinceros, cheios de entrega, doação e dádiva, mas esbarram na dificuldade de se tornar bonito. Apenas isso: bonitos, belos ou embelezados, tratados com carinho, cuidado e atenção. Amores levados com arte e ternura de mãos jardineiras.

Aí esses amores que são verdadeiros, eternos e descomunais de repente se percebeu ameaçados apenas e tão somente porque não sabem ser bonitos: cobram; exigem; rotinizam; descuidam; reclamam; deixam de compreender; necessitam mais do que oferecem; precisam mais do que atendem; enchem-se de razões. Sim, de razões. Ter razão é o maior perigo no amor. 

Quem tem razão sempre se sente no direito (e o tem) de reinvindicar, de exigir justiça, equidade, equiparação, sem atinar que o que está sem razão talvez passe por um momento de sua vida no qual não possa ter razão. Nem queira. Ter razão é um perigo: em geral enfeia o amor, pois é invocado com justiça mas na hora errada. Amar bonito é saber a hora de ter razão.

Ponha a mão na consciência. Você tem certeza que está fazendo o seu amor bonito?
De que está tirando do gesto, da ação, da reação, do olhar, da saudade, da alegria do encontro, da dor do desencontro, a maior beleza possível? Talvez não. Cheio ou cheia de razões, você espera do amor apenas aquilo que é exigido por suas partes necessitadas, quando talvez dele devesse pouco esperar, para valorizar melhor tudo de bom que de vez em quando ele pode trazer.
Quem espera mais do que isso sofre, e sofrendo deixa de amar bonito. Sofrendo, deixa de ser alegre, igual criança. E sem soltar a criança, nenhum amor é bonito.

Não tema o romantismo. Derrube as cercas da opinião alheia. Faça coroas de margaridas e enfeite a cabeça de quem você ama. Saia cantando e olhe alegre.
Recomendam-se: encabulamentos; ser pego em flagrante gostando; não se cansar de olhar, e olhar; não atrapalhar a convivência com teorizações; adiar sempre, se possível com beijos, “aquela conversa importante que precisamos ter”, arquivar se possível, as reclamações pela pouca atenção recebida. Para quem ama toda atenção é sempre pouca. Quem ama feio não sabe que pouca atenção pode ser toda atenção possível. Quem ama bonito não gasta o tempo dessa atenção cobrando a que deixou de ter. 

Não teorize sobre o amor (deixe isso para nós, pobres escritores que vemos a vida como criança de nariz encostado na vitrine, cheia de brinquedos dos nossos sonhos). Não teorize sobre o amor, ame. Siga o destino dos sentimentos aqui e agora. 

Não tenha medo exatamente de tudo o que você teme, como: a sinceridade; não dar certo; depois vir a sofrer (sofrerá de qualquer jeito); abrir o coração; contar a verdade do tamanho do amor que sente.
Jogue para o alto todas as jogadas, estratagemas, golpes, espertezas, atitudes sabidamente eficazes (não é sábio ser sabido): seja apenas você no auge de sua emoção e carência, exatamente aquele você que a vida impede de ser. Seja você cantando desafinado, mas todas as manhãs. Falando besteiras, mas criando sempre. Gaguejando flores. Sentindo o coração bater como no tempo do Natal infantil. Revivendo os carinhos que instruiu em criança. Sem medo de dizer, eu quero, eu gosto, eu estou com vontade. 

Talvez aí você consiga fazer o seu amor bonito, ou fazer bonito o seu amor, ou bonitar fazendo seu amor, ou amar fazendo o seu amor bonito (a ordem das frases não altera o produto), sempre que ele seja a mais verdadeira expressão de tudo o que você é e nunca deixaram, conseguiu, soube, pôde, foi possível, ser. 

Se o amor existe, seu conteúdo já é manifesto. Não se preocupe mais com ele e suas definições. Cuide agora da forma. Cuide da voz. Cuide da fala. Cuide do cuidado. Cuide do carinho. Cuide de você. Ame-se o suficiente para ser capaz de gostar do amor e só assim poder começar a tentar fazer o outro feliz.
- Artur da Távola

domingo, fevereiro 9

- A ARTE DE CALAR -




O silêncio é um momento vivificante de graça, em que a criatura se cala, 
mas o espírito fala.

Calar sobre sua própria pessoa, é humildade.
Calar sobre os defeitos dos outros, é caridade.
Calar quando a gente está sofrendo, é heroísmo.
Calar diante do sofrimento alheio, é covardia.
Calar diante da injustiça, é fraqueza.
Calar quando o outro está falando, é delicadeza.
Calar quando o outro espera um palavra, é omissão. 
Calar e não falar palavras inúteis, é penitência.
Calar quando não há necessidade de falar, é prudência.
Calar quando DEUS nos fala no coração, é silêncio.
Calar, diante do mistério que não entendemos, é sabedoria.
Arrependo-me muitas vezes de ter falado, nunca de me ter calado.
Seja dono de sua boca para não ser escravo de suas palavras.
Cuide da palavra.
É da essência da palavra tornar-se realidade. 
Palavras como: "péssimo", "infeliz", "desgraçado", podem voltar-se contra você e infelicitar a sua vida.
Repetidas, mais fortes ainda, tornam-se os seus efeitos.
Tenha cuidado! Fale somente o que é bom.
Quando não puder falar o que é bom, cale-se.
Ter a fala disciplinada é conquistar segurança e grandeza de espírito.
Aprenda a falar com Jesus em seu coração, e em sua mente ele se manifestará.
- Sabedoria dos Mestres.